Vinhos espanhóis bons e baratos
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Coluna Vivendo a Vida publicada hoje, dia 02/08, no Caderno Prazer & Cia do Jornal A Gazeta
Em tempo de dinheiro curto, o trabalho de garimpar vinhos para o dia-a-dia que mostrem na taça uma boa relação de custo-benefício torna-se cada vez mais importante.
Detentora da maior área de vinhedos do mundo, terceira na produção e sétima em consumo, a Espanha é o país que mais oferece vinhos a preços honestos no mercado. Suas principais regiões vinícolas são Rioja, Rias Baixas, Ribera del Duero, Penedés – Cava, Priorato, Navarra, Toro, Bierzo, Jerez e Jumilla – onde são produzidos espumantes, brancos e tintos com muita personalidade, alegres e estruturados.
Em meio à grande variedade de uvas nativas, as que mais se destacam são, entre as brancas, Albariño, Verdejo, Garnacha Branca, Godello, Macabeo, Palomino Fino, Parellada, Pedro Ximénez e Xerel-lo. Entre as tintas, Tempranillo, Cariñena, Garnacha Tinta, Graciano e Mazuelo, além de uvas internacionais como Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Malvasia.
A principal uva da Espanha é a Tempranillo, também conhecida como Aragonês, Tinta de Toro, Tinta del País e Tinto Fino, que, além de originar vinhos complexos e elegantes, é capaz de suportar longo envelhecimento. A estrada dos brancos, em particular, tem sido deslumbrante. A Alvarinho se tornou uma marca para os vinhos espanhóis.
O vinho espumante por lá é chamado de cava. Produzido na região de Penedés (foto) há mais de 250 anos, utiliza como corte as uvas autóctones Macabeo, Parellada e Xerel-lo. É elaborado pelo método tradicional, ou champenoise (com segunda fermentação na garrafa). Normalmente, é bastante seco, com sabores de frutas suaves.
Jerez é uma das regiões mais famosas, situada ao sul de Sevilla. Produz um vinho fortificado, de mesmo nome, que recebe a adição de aguardente vínica, tornando-se mais alcoólico e estruturado.
Os vinhos espanhóis são classificados pela ordem, em três níveis de qualidade: Vino de mesa, Vino de la Tierra e Vino de Denominación de Origen (D.O.) – vinho de qualidade, produzido em região delimitada e sujeito a severas regras que regulam suas características.
Quanto ao tempo de envelhecimento, regras que foram utilizadas inicialmente pela região de Rioja, e hoje são adotadas pela maioria das D.O.s, há as seguintes denominações, nos rótulos das garrafas: Vino Joven ou Roble; Crianza; Reserva, e Gran Reserva.
Vino joven ou Roble: que é colocado no mercado imediatamente após sua elaboração; sem passagem por barrica, ou com tempo insuficiente para ser classificado como Crianza.
Crianza: para os tintos, isso significa que o vinho envelheceu por dois anos, com pelo menos seis meses em carvalho; para os brancos e roses, crianza significa que os vinhos envelheceram por um ano, com pelo menos seis meses em carvalho.
Reserva: os reservas tintos devem envelhecer por no mínimo três anos, incluindo um ano em carvalho; os reservas brancos devem envelhecer por dois anos, incluindo seis meses em carvalho.
Gran Reserva: devem envelhecer pelo menos mínimo cinco anos, incluindo um mínimo de dois anos em carvalho; os gran reservas brancos devem envelhecer por pelo menos quatro anos antes do lançamento, incluindo seis meses em carvalho.
Veja a seguir alguns bons espanhóis selecionados por este colunista.
Luis Cañas Tinto de Año 2010 – R$ 53,90
– Extraplus
Elaborado com 90% Tempranillo, 10% Viura, com rápida permanência em tanques de inox. Visual rubi claro. Aroma fresco, limpo, com notas de frutas frescas ameixas e amoras, com leve toque herbáceo e floral. Paladar de médio corpo, taninos finos, com 13% de álcool, fresco e equilibrado. Não cansa o paladar. Pede outro gole.
Monte Toro Jovem 2010 – R$ 70,00
– Zanatta Wine Store
Elaborado com 100% da uva Tempranillo, passou por 12 meses em carvalho americano. Visual rubi profundo, violáceo. Aroma intenso, framboesa e alcaçuz. Paladar de corpo médio, com taninos doces, boa acidez, 14% de álcool. Equilibrado, final amplo e elegante. Um grande destaque.
Solar Viejo Crianza 2009 – 72,00
– Ville du Vin
Elaborado com 100% da uva Tempranillo, passa por 6 messes em madeira de mais dois anos em garrafa. Visual granada, aromas típicos e atraentes de frutas vermelhas, especiarias, tabaco e baunilha. Paladar de médio corpo, taninos doces, com 13,5% de álcool, boa acidez. Equilibrado com final agradável.
Mas Martinet Menut 2009 – R$ 73,OO
– Grand Cru
Elaborado com um corte de 50% Garnacha, 15% Cariñera, 15% Syrah, 10% CS e 10% Merlot, fica por 18 meses em carvalho francês. Visual rubi escuro, aromas com boa concentração de frutas e mineralidade. Paladar de bom corpo, especiarias e carvalho fino, taninos macios, com 14,5% de álcool, acidez correta e bom conjunto.
Tarima Monastrell 2011 – 42,00
– Grand Cru
Elaborado com 100% da uva Monastrell (Mourvèdre), sem passagem por madeira. Visual purpura, intransponível. Nariz explode em mix de frutas fresca, negras e vermelhas. Paladar de bom corpo, com textura aveludada. Taninos firmes e doces, com 15% de álcool, boa acidez, bom equilíbrio geral.
Miguel Torres Altos Ibéricos Crianza Tempranillo 2008 – R$ 51, 85 – www.wine.com.br
Elaborado com 100% de Tempranillo, passa por 12 meses em barrica de carvalho francês e americano. Visual rubi escura, aroma frutado com notas mentoladas, de especiarias e tabaco. Paladar de bom corpo, taninos finos, com 14% de álcool. Estilo moderno, frutado e elegante, sem perder a tipicidade da casta.
Saúde!